Jorge Tibiriçá – Rua

Bairro:

Vila Margarida

Data:

15/03/1940

Valor:

Documento: 47 decreto

Mapa de Localização:

Dados Técnicos:

Nome Atual:
Jorge Tibiriçá – Rua
Bairro
Vila Margarida
Documento
47 decreto
Data: 15/03/1940

Homenageado(a):

Nome:
Jorge Tibiriçá Piratininga
Data de Nascimento: 15/11/1855
Local de Nascimento: Paris-França
Data de Falecimento: 30/09/1928
local de Falecimento: São Paulo-SP
Profissão: Produtor Rural e Político

Histórico:

Por Itamar Rabelo de Souza

Na Vila Margarida há uma rua com um nome meio português e meio índio: a Rua Jorge Tibiriçá. Cobrindo apenas quatro quadras, é uma rua curta, que nasce na Rua Doze de Outubro e morre na Rua Quinze de Novembro. Predominantemente residencial, são raros os pontos de comércio, a Rua Jorge Tibiriçá ainda possui algumas casas construídas em madeira, que nos fazem relembrar os primórdios da cidade.

Mas, afinal, quem foi Jorge Tibiriçá e por qual motivo deu-se essa homenagem a uma rua ourinhense? Numa rápida pesquisa, vejamos quem foi esse cidadão.

Jorge Tibiriçá Piratininga nasceu na França em 1855. Veio para o Brasil e voltou para a França ainda menino, a fim de estudar. Viu e sofreu influência direta da guerra entre a França de Napoleão III contra a Prússia de Otto von Bismarck, do século 19, a chamada "guerra franco-alemã", quando perdeu a mãe. Formou-se em Agronomia na Alemanha e Filosofia na Suíça, antes de retornar ao Brasil para atuar na administração das suas fazendas, herdadas do pai.

Ingressou na carreira política na província de São Paulo, assumindo a presidência da Convenção de Itu, que serviu de base para a criação do Partido Republicano Paulista, o mesmo partido do fundador de Ourinhos, Jacintho Ferreira e Sá.

Apesar de grande latifundiário, Jorge Tibiriçá era favorável ao trabalho livre e antecipando-se à Lei Áurea, introduziu imigrantes em suas fazendas, fixou-os em suas terras, de forma que os mesmos se estabelecessem como pequenos produtores rurais.

Em 1890 tornou-se Governador do Estado de São Paulo, por indicação do Senador Prudente de Moraes e do ministro Manuel Ferraz de Campos Salles.

Bem, a trajetória política de Jorge Tibiriçá é vasta, fiquemos apenas nessa introdução. O fato é que sua prioridade como governador (na época denominava-se Presidente do Estado), era a região agrícola de Campinas, onde ele mesmo tinha suas fazendas.

Porém, era ele o governador no momento do nascimento de Ourinhos e presidente do Senado de São Paulo (isso, explicarei em oura ocasião), quando da sua emancipação político-administrativa, em 1918. Provavelmente, por ter o coronel Jacintho Ferreira e Sá como correligionário do PRP, foi signatário do processo que levou à emancipação da nossa cidade.

Então aí está. Jorge Tibiriçá Piratininga, contemporâneo do nascimento de Ourinhos, como vila e como município. Tem seu nome eternizado numa rua tranquila e que ainda tem casas de madeira.

Jorge Tibiriçá morreu em 1928, com 72 anos. Curiosamente, no mesmo ano que Jacintho Sá.

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(outras fontes) O nascimento de Jorge Tibiriçá Piratininga ocorreu no dia 15 de novembro de 1855, em Paris, resultante do casamento entre João Tibiriçá Piratininga e Pauline Eberlé.

Um dos fazendeiros mais renomados da cidade de Itu, cidade no interior de São Paulo, seu pai viajou ao continente europeu para estudar, desembarcando em território francês em 1848. Acabou não se formando em nenhuma graduação, mas obteve novos aprendizados no setor da agricultura e, claro, conheceu sua futura esposa e mãe de seu filho.

João e Pauline se casaram em 1854. Tiveram Jorge um ano depois e se mudaram para o Brasil em 1859. O retorno de João se deu em função da morte de seu pai, do qual tomou conhecimento por meio de uma carta.

A família se estabeleceu na fazenda de Itaici. Eram cerca de 1500 alqueires, localizados entre as cidades de Itu e Indaiatuba e próximos ao Rio Jundiaí, onde Jorge deu início à vida escolar, tendo como professora a própria mãe, e só foi ser matriculado em uma escola aos 11 de idade.

Mesmo assim, foram apenas três anos de estudos no Colégio Barth, situado no Brás, bairro da zona leste de São Paulo. Acompanhado de sua mãe, Jorge partiu rumo a França, com o objetivo de concluir seu ensino, de acordo com o planejado por seu pai, João Tibiriçá.

No entanto, a experiência no velho continente foi conturbada, dado o complicado momento político pelo qual os franceses passavam. Com os conflitos entre o império de Napoleão III e a Prússia, então governada pelo chanceler Otto von Bismarck, os planos mudaram. O jovem de apenas 14 anos partiu em viagem para Zurique, onde se matricularia em um colégio a fim de dar sequência aos estudos. No entanto, acabou ilhado em Estrasburgo, onde presenciou a guerra franco-alemã.

Ainda em 1870, Jorge Tibiriçá tirou o passaporte que lhe permitia o acesso a Suíça. Porém, com o cerco armado pelo exército prussiano e, consequentemente, a capitulação de Paris, o brasileiro enfim foi liberado a regressar à Cidade Luz. Em meio à guerra civil que havia se instaurado na França, pela qual se estabeleceu a Comuna de Paris, o jovem recebeu a notícia de que sua mãe havia sido vítima das más condições de vida que assolavam o país. Pauline Eberlé foi encaminhada ao hospital, mas não resistiu e acabou falecendo.

No Brasil, João Tibiriçá tomou conhecimento do ocorrido e, mesmo assim, determinou que seu filho continuasse na Europa. Desta forma, Jorge voltou para Zurique, onde se tornou aluno do Colégio Riffel.

Concluído o ensino médio, o jovem emendou dois cursos superiores. O primeiro foi em Hohenheim, distrito da cidade de Stuttgart, onde graduou-se e fez o doutorado em agronomia, seguindo os passos de seu pai. O segundo foi novamente em Zurique, na Suíça, onde repetiu a dose, mas no curso de filosofia.

Quase dez anos após deixar o país, Jorge Tibiriçá Piratininga enfim retornou ao Brasil. Pouco depois de sua chegada, envolveu-se com Ana de Queirós Teles, com quem casou logo em 1880.

Na mesma época, deu início à carreira de agrônomo, voltando suas atenções para as produções da fazenda Ressaca, localizada entre as cidades de Mogi Mirim e Campinas, no estado de São Paulo. Foi lá que Jorge criou sua família e se tornou referência entre os produtores de café.

Seu pai, João Tibiriçá Piratininga, faleceu em 1888, na França. Como herança, Jorge ficou com enormes extensões de terras produtivas (cana de açúcar, algodão e cereais, além do já citado café), sem contar a quantia em dinheiro, avaliada em nada menos que 500 contos de réis.

 

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