Esdras Moraes Freire

Bairro:

Jardim Santa Fé

Data:

Valor:

Documento:

Dados Técnicos:

Nome Atual:
Esdras Moraes Freire
Nome Antigo:
Área Verde de Lazer 02
Bairro
Jardim Santa Fé
Documento
Iniciativa: Caio César de Almeida Lima – Caio Lima

Homenageado(a):

Nome:
Esdras de Moraes Freire
Data de Nascimento: 18/04/1966
Local de Nascimento: Jacarezinho-PR
Data de Falecimento: 06/10/2006
Profissão: Padre

Histórico:

Filho do casal Mercedes de Moraes Freire e Estácio Marques Freire, Esdras de Moraes Freire nasceu no dia 18 de abril de 1966, na cidade de Jacarezinho-PR.

Em 1975, no dia 23 de novembro, recebeu sua primeira comunhão, na Catedral Diocesana de Jacarezinho, das mãos do Padre João Ritz, da Paróquia de São Sebastião, onde, 6 anos depois, o menino Esdras, recebeu o sacramento da confirmação, no dia 07 de junho de 1981, tendo como bispo celebrante Dom Conrado Walter, SAC.

Estudou, desde o primário até o colegial, no colégio Cristo rei, em sua cidade natal, colégio esse mantido pelos Padre Palotinos.

No ano de 1984, já com 18 anos de idade, foi cursas filosofia na Universidade Católica de Curitiba, onde morou por 4 anos junto com sua irmã Dorotéia, que havia entrado para a faculdade de enfermagem.

Tendo concluído o curso de filosofia, no ano de 1988, voltou para Jacarezinho e pediu ao então Reitor do Seminário Diocesano de Jacarezinho, Padre Mauro Aparecido dos Santos, tempos depois Bispo Dom Mauro, o seu ingresso no Seminário do Divino Mestre, onde desejava ardentemente se tornar sacerdote.

Em 1989 iniciou o curso de Teologia nesse Seminário. Recebeu o Diaconato em 27 de fevereiro de 1993. Já tendo concluído o Curso de Teologia, em 04 de dezembro de 1993, sob o Sagrado Sacramento da Ordem, foi consagrado ao Ministério Presbiteral, na Catedral de Jacarezinho, tendo como bispo ordenante Dom Conrado.

O início de sua missão se deu logo no dia seguinte, 05 de dezembro de 1993, quando então celebrou sua primeira missa, no domingo de manhã, em plena Catedral de Jacarezinho.

Logo em seguida, começou sua peregrinação pelas paróquias, iniciando pela Paróquia de São Pedro, em sua cidade natal, quando Padre Eliseu, que mais tarde se tornaria bispo, teve que viajar e Padre Esdras foi substituí-lo por um pequeno período.

Também por um período muito curto, foi ajudar o Padre Stanislaw na Paróquia Nossa Senhora das Graças, da cidade de Cambará, quando também assumiu a direção da Rádio Educadora, da cidade de Jacarezinho.

Itambaracá foi sua próxima parada. Lá chegou e permaneceu por 1 ano, como pároco da Paróquia São Francisco Xavier.

Dom Antonio Maria Mucciolo, então Bispo de Botucatu, vendo-se com grande dificuldade para arrumar padres para sua diocese, pediu ao Bispo de Jacarezinho, na época Dom Conrado Walter, a possibilidade de mandar padres para a sua diocese. Atendendo ao pedido de Dom Antonio, e em obediência ao seu Bispo Dom Conrado, foi então que, em 1995, Padre Esdras se estabeleceu na Paróquia de São Benedito, em Santa Cruz do Rio Pardo-SP.

Daí pra frente, parecia que seu tempo precisava de 30 horas por dia, tamanha era a vontade de levar Jesus aos irmãos, das mais variadas formas.

Sua criatividade parecia não ter fim. Ali criou o Catebrincando, uma forma diferente de catequizar as crianças, onde o método aplicado partia do princípio que era preciso fazer das aulas de catequese um prazer para a criança. Com jogos, brincadeiras e gincanas, a criançada não via a hora de estar na catequese, arrebanhando mais de 600 crianças em um único anos de catequese.

Gostava muito de cantar e, pelo seu talento, muitos Ministérios de Música se formaram. Com um deles, o Libertai, de Ourinhos, gravou um CD, onde aparece fazendo dueto com a vocalista Luciana.

Cristo Show foi outro evento que nasceu desse talento musical. Não perdia uma oportunidade de fazê-lo acontecer em frente à Matriz de São Benedito, em Santa Cruz. Normalmente aos sábados, muitos jovens, de corpo e de espírito, se reuniam para louvar a Deus, em meio a muitas alegrias.

Depois, criou, talvez, uma das mais ousadas de suas ideias, o Carnaval Cristão. Não contente em sair com a comunidade pelas ruas da cidade, animados pelo som de um simples CD, incentivou a todos, para que se criasse uma escola de samba. Foi saí que nasceu a Escola de Samba Unidos de São Benedito, que no auge de sua existência teve mais de 100 participantes. Na última apresentação da Escola de Samba, promoveu o encontro participativo das duas paróquias, São Benedito e São Pio X, pelas ruas de Santa Cruz do Rio Pardo e Ourinhos, quando então arrebanhou para os dois eventos mais de mil foliões de Jesus. Por toda essa criatividade, o Carnaval Cristão ficou conhecido até mesmo no exterior.

Atendendo ao pedido do Sr. Bispo Dom Salvador, assumiu também, com as atividades paroquiais de São Benedito, a direção espiritual dos seminaristas diocesanos e, mais tarde, a reitoria do Seminário Diocesano São José, na cidade de Ourinhos, onde exerceu sua nova função, por um bom período.

Grande pregador, não media esforços para estar presente em quase todos os encontros da Diocese. Suas missas eram muito participativas e sua homilias eram esperadas ansiosamente.

Nas missas que realizava às quintas-feiras, tanto na Paróquia de São Benedito como as que fez acontecer na Paróquia São Pio X, em Ourinhos, quando aconteciam as orações de exorcismos, cura e libertação, chegava a acolher uma multidão que se espremia nas dependências dos templos. Ao final da celebração, passeava com o Santíssimo em meio a essa assembleia toda espremida, e muitos testemunhos nos atestam verdadeiros milagres.

Sentindo a falta de conforto para o fiéis, em Santa Cruz do Rio Pardo, deu início à construção da Nova Matriz de São Benedito, onde, junto com o arquiteto, exercitou enormemente sua criatividade artística, criatividade essa que exercitou como nunca na Paróquia São Pio X, pois, quem irá esquecer seus enfeites de Natal?

Usava todos os modos possíveis para pôr Jesus no coração de seus irmãos. Nenhum órgão dos sentidos era deixado de lado. Todos eram envolvidos. Pela visão, a mais explorada, fazia todos participarem da beleza dos seus arranjos e decorações. Pelo olfato, se fazia sentir o perfume das flores de seus arranjos, e, sempre que possível, não deixava de usar o incenso nas celebrações. Pelo paladar eram sentidos os gostos de seus doces e salgados, que com grande maestria os fazia com a ajuda de sua mãe e senhoras da comunidade, sem esquecermos do doce paladar do Sagrado Corpo e Sangue de Cristo que distribuía com muito carinho. Pelo tato, todos os talentos eram empregados e não faltavam obras para tantas mãos. Pela audição, encantava a todos com seu modo especial de cantar e pregar.

Como padre de grande espiritualidade, ensinava a todos o valor da oração. Todos os anos fazia acontecer, na paróquia, a Procissão da Penitência, as 05h30 da manhã, na quaresma e em todas as primeiras sexta-feiras de cada mês.

Levou para as comunidades de São Benedito e de São Pio X, o Cerco de Jericó, o Cerco da Misericórdia, e na novena de Santa Terezinha, quando no último dia fazia a bênção das rosas, liturgias essas até então desconhecidas por muitos.

No mês das missões, todos os anos, suas paróquias participavam da Semana Missionária, e muitos leigos, eram enviados em missões populares, com visitação às casas das paróquias, tanto na cidade como na zona rural.

Também não era esquecida a Semana da Família, quando então, as celebrações eram extremamente participativas, principalmente na celebração de encerramento, quando acontecia a procissão de entrada dos casais, tendo a Igreja toda decorada, como se fosse acontecer um casamento. Teve evento em que mais de duzentos casais se puseram na fila de entrada. Em hora apropriada acontecia a renovação das promessas do Matrimônio. No dia seguinte era só festa: acontecia o piquenique da família, e muitos se reuniam numa chácara para jogar bola, fazer a corrida do saco, participar de gincanas, e compartilhar do delicioso churrasco comunitário.

Em preparação para a realização do Congresso Eucarístico, convocou toda a comunidade de São Benedito, em Santa Cruz do Rio Pardo, a ficar, por um ano, 24 horas do dia em adoração permanente aos Santíssimo Sacramento. Período esse que se estendeu por mais de um ano, tamanha era a dedicação e o zelo dos fiéis por Jesus, na Eucaristia.

Aos 16 de fevereiro de 2003, veio assumir a Paróquia São Pio X, em Ourinhos, onde, com todo seu dinamismo, implantou quase todos os seus projetos realizados em Santa Cruz.

Quem esquecerá as procissões de Domingo de Ramos, quando, montado num jegue, percorria as ruas da Paróquia São Pio X? Como esquecer as encenações das Vias-Sacras, ao vivo, como a que aconteceu junto às margens do lago, próximo ao Royal Park, encenada pelo Grupo Teatral “Padre Bruno Welter”, com participação dos alunos da catequese? Alguém, por ventura, esquecerá aquele momento da procissão de Corpus Christi, do dia 19 de junho de 2003, quando, então, Padre Esdras foi elevado a 15 metros de altura pela escada do caminhão do Corpo de Bombeiros e, lá de cima, abençoou toda a cidade com o Santíssimo?!

Padre Esdras vivia intensamente esse modo maluco de amar. Com ele, um sonho para se tornar realidade era pulinho. Sabia como ninguém arrebanhar pessoas para tornar as coisas possíveis. Seus sonhos eram compartilhados e todos os talentos eram buscados e praticamente ninguém lhe dizia não.

Que o diga a Escola Municipal de Bailado, que ele levou para a Igreja, com todos os talentos de seus alunos e professores. Com as orientações necessárias, levou o Bailado a participar das “Unifest”, do Carnaval Cristão e até mesmo de celebrações de missas. Realizou com seus alunos e professores o 1º TLC da Escola de Bailado, e, come eles, fez da dança um meio de evangelização.

Sempre tornou as paróquias por onde passou em exemplo de comunidade viva, atuante, alegre e, principalmente, orante.

Depois de 3 anos na Paróquia São Pio X, pede a Dom Salvador Paruzzo, seu Bispo Diocesano, a licença para realizar seu ano sabático, quando então foi para a Alemanha, onde utilizou seu tempo para participar de diversas atividades culturais.

Como bem se sabe, ele não concluiu esse período sabático. Morreu ainda jovem, aos 40 anos de idade, no dia 06 de outubro de 2006.

Não há dúvidas de que Padre Esdras deixou muita saudade.

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